Grã Bretanha

Fiquei até certo ponto curiosa sobre o porque Lucian iria ariscar o pescoço, mas sabia também que Jhaeson não iria deixar Lucian parecer um irresponsável. Ele falava baixo, para só eu escutar, mas duvidava que a garota do caixa fosse se importar como assunto que falávamos, humanos são muito egocêntricos para entender que não eram o topo da cadeia alimentar.

Ele falou que Lucian era parecido com o Alfa que encontrei em Amsterdã e por isto uma ligação não daria resultado, disse que sabia que o jovem iria se envolver de mais, ai está uma parte que eu não entendia... Fomos treinados para não nos envolvermos, por isto nosso clã era tão fechado. Ele pegou um copo médio e sérvio o café, fiz o mesmo com o mesmo tamanho de copo, colocando açúcar antes de servir.

― Se envolver em que sentido e com o que? ― perguntei na inocência querendo saber de fato o que deixava o alfa inquieto a ponto de ignorar uma ordem do líder.

Assim que se serviu Jhaeson esperou que ela se servisse, ela colocou açúcar no dela, Jhaeson por sua vez apenas colocou apenas uma gota de adoçante, gostava do café quase puro, porem quente.

Ela perguntou que tipo de envolvimento Lucian teria e o que seria o pivô disto tudo, Jhaeson levou o café aos lábios enquanto eles seguiam para uma parte que parecia vender algumas coisas, olhou para a Hannah é disse.

― Lucian se envolveu com uma pessoa, esta pessoa já havia cruzado o caminho dele no passado e retornou neste presente, na primeira ele conseguiu salva-la, mas desta vez isso não aconteceu... Mesmo sendo caçados ou tratados como monstros o lema que seguimos no bando é que toda vida é importante, pois existem três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo, o sol, a lua e a verdade.

Talvez aquelas palavras não fizessem sentido para Hannah, mais para Jhaeson e o seu bando era um lema que definia o que eles eram.

Jhaeson falou sobre aquela pessoa, na qual não se dava nome e nem gênero... Me sentia a ser enrolada, levantei uma sobrancelha enquanto escutava. Falou sobre o lema do bando, toda vida é importante e de fato era... Disse que seguiam velho ditado budista: três coisas que não podiam ser escondidas: a lua, o sol e a verdade.

― Toda vida é importante sim, tanto lobisomens como humanos e até mesmo vampiros... Cada um possui sua particularidade, mas no bando que fui criada tínhamos um modo diferente de ver isto: Toda vida é importante, mas o bando está acima da vida dos demais ― Disse enquanto mexia o café ― E sobre a verdade... Depois de muito tempo contando uma mentira, ela acaba por se tornar verdade, porque ninguém mais se lembra da verdade inicial ― Joguei fora a pazinha de plástico e segui o lobo ― Do modo que fala de Lucian, acabo me lembrando do meu irmão... Como éramos filhos do Alfa, mesmo sendo mais velha, sempre fui mais fraca que os demais e Caleb sempre treinou para suprir a minha falta de força... Mas o olhar dos dois são parecidos... 

Jhaeson sorriu com a reflexão de Hannah, diante  da moça que estava do outro lado da vitrine ele pediu algumas rosquinhas e pão de queijo, enquanto a moça pegava Jhaeson disse.

enquanto eles seguiam para uma parte que parecia vender algumas coisas, olhou para a Hannah é disse.

― É fato que o bando vem  acima de tudo mais, porem existem certas situações que isso é ignorado, pois agimos por instinto, apenas depois nos damos conta o que fizemos, nossa lema representa as três  forças de poder, os lobos, os vampiros é os humanos, os vampiros se escondem ao sol, os lobos surgem sobre a lua e os humanos não  conhecem a verdade.

Jhaesona  a viu comparar Lucian ao irmão dela.

enquanto eles seguiam para uma parte que parecia vender algumas coisas, olhou para a Hannah é disse.

― Considero Jhaeson como meu irmão ele sempre foi filho  único então o peso sempre recaiu sobre seus ombros, quando cheguei ao bando eu era uma força descontrolada de uma natureza misteriosa, brigávamos muito no começo, não me encolhia a nada nem mesmo a Albion, mais o uivo de um alfa não tem como ir contra, mas com Luciane ramos quase que oponente, rivais e ao mesmo tempo amigos, é uma relação que você tendo um irmão deve conhecer.

Jhaeson pegou o pratinho que a moça entregará com o seu pedido, ela entregou uma anotação com o preço que ele colocou no bolso e seguiu para uma das mesas de plástico para comer.

Nossos bandos eram muito diferentes, nossas tradições e anseios eram quase que contrários. Enquanto eles aceitavam e conviviam com humanos, nós os repudiávamos, queríamos manter a raça pura, limpa de qualquer convívio com criaturas cheias de luxuria e egoísmo... Enquanto eles, queriam manter a “boa” harmonia entre os humanos e lobisomens.

Imagino quantas brigas nós teríamos naquele bando. Aled e Throst talvez tivessem mais paciência, mas eu? Bom, nunca fui de me controlar ou ter paciência.

― Seu bando segue o mesmo sistema da Trikelion... Mas em termos budistas... Todos somos diferentes, mas no fim... Todos somos um ― Então ele falou sobre Lucian, escutei atenta enquanto ele pegava algo para comer.

Pedi um pedaço de torta de morango para a moça, depois de pegar meu prato seguimos para as mesas. Larguei meu prato e depois sentei ― Haha... Nunca fui descontrolada, apenas não consigo me transformar normalmente... Caleb e eu sempre fomos como carne e unha, não conheço muito sobre rivalidade... Apenas com os demais do bando... Provar que não é um peso morto para o bando não é algo fácil... ― Provavelmente ele não entenderia, mas não custava tentar. 

De fato era evidente que ela não conseguia entender como o bando vivia, é isso era natural, com sua torna se sentou dizendo que nunca foi descontrolada, apenas não consiga se transformar isso o fez erguer uma sobrancelha, como se aquilo não fosse inteiramente verdade.

Ele pegou uma rosquinha e a devorou em suas mordidas, ela finalizou dizendo que só tinha rivalidade com o resto do bando, pois precisava demonstrar que não era um peso morto.

― Posso entender este sentimento, apesar do nosso bando ter uma mescla, os transformado ainda não eram considerado como iguais no meu tempo, era inferior e não capazes alguns zombavam e mostrar seu valor era um desafio constante.

Bebeu um pouco do seu café ajudando a descer a rosquinha.

― Mais levava isso como uma motivação, para melhorar provar meu valor, não para eles mais para mim mesmo, você verá isso quando chegar, se tiver problemas com autocontrole será o lugar certo para estravazar,

Ele sorriu para ela comendo mais uma rosquinha, enquanto olhava para o nada,

Ele falava como se fosse muito antigo. Com um garfo de plástico comi um pedaço do bolo, adorava doces! Disse que quando chegou no bando teve problemas com o resto do bando, tal como eu.

― Desafios são ótimos ao meu ver... No bando eramos divididos em trios... Sempre andando juntos e um protegendo os outros... Claro que quando chegava um de fora, este ficava sozinho até ter um grupo para ele... Estes grupos sempre eram apontados pelo Alfa, mas ainda sim escutávamos poucas e boas! ―  Disse brincando comum sorriso nos lábios, nunca achei aqueles desafios ruins.

Jhaeson falou que lá era um lugar para extravasar, fiquei confusa com aquilo ―  Como assim? E por acaso, qual tua idade? 

Mesmo com o olhar perdido Jhaeson ouvia com atenção o que ela falava, explicando como era no seu bando, aquela divisão era parecida com as que Albion fazia, com algumas diferenças acredito que a mente do Alfa agia de forma diferente.

Ela sorriu comendo seu bolo parecia uma menina de doze anos recompensada por ser uma boa garota, ela perguntou o que ser um bom lugar para extravasar significava, assim como sua idade.

― Acho que melhor que explicações, será bom ver com seus próprios olhos, sobre minha idade digamos que estou ainda estou na flor da idade.

Falou terminando de comer, e limpando a boca, em um piscar de olhos.

― Assim que estiver pronta podemos ir, se quiser comprar alguma coisa a mais fique a vontade afinal, é você que esta pagando.― Sorriu para ela.

Quando olhei para o prato de Jhaeson ele já havia devorado TUDO! Olhei para ele estranhando ― Você realmente estava com fome! ― Disse brincando, comendo as presas sem poder me deliciar com o bolo.

― Tecnicamente quem está pagando é a tua amiga... Tive que vender a caminhonete dos meus “tios”, minha moto e a caminhonete dela... A caminhonete dos meus tio eu troquei por está que estamos... Minha moto foi pra pagar as passagens e o hotel... o resto foi para minhas economias... O dinheiro que está neste cartão é da Lydia ― Disse com um sorriso travesso nos lábios. Tinha que garantir meu futuro, a vida me ensinou que nunca devo deixar o futuro de lado.

― Vamos... Os outros devem estar irritados pela demora... ― Disse pegando o copo de café e colocando a tampa para não derramar, seguindo para o caixa. 

Hannah olhou surpresa o prato de Jhaeson que estava vazia dizendo que ele estava realmente com fome.

― Como disse não tive tempo de fazer uma boa refeição, e um cara grande como eu precisa de muita energia.

Ela falou que o dinheiro utilizado ali era da Lydia, que cada um vendeu alguma coisa e que o dinheiro do dela ela  guardou para suas economias, Jhaeson apenas refletiu por alguns instantes enquanto Hannah sorria de forma levada, como se aquela fosse uma piada interna.

Ela se levantou pegando o copo e o tampando, dizendo que os outros deveriam estar irritados pela demora, Jhaeson pegou o copo dele  também, que já estava menos da metade, enquanto caminhava ate o balcão secou por completo o copo.

― Não se preocupe com isso, eles entenderão, não quer levar mais nada, aproveita em...

Disse Jhaeson sorrindo para a balconista pegando o papel que constava os pedidos dele é da Hannah

Ele brincou a respeito do seu tamanho e da comida. Caminhamos até o caixa e quando chegamos lá ele tomou todo café em um gelo só! Ele estranhou quando falei sobre o dinheiro da Lydia, de fato, iria devolver o que sobrasse, porem ela teria que entender que teria que participar da compra da caminhonete atual. 

Ele perguntou se eu não queria levar mais nada, peguei uma caixinha com de chicletes de sabores variados e então entreguei para a moça do caixa junto ao meu cartão. 

― A gasolina também está junto... ― Disse para ela com um sorriso nos lábios. 

Assim que acertaram as contas seguiram para o carro, Jhaeson se colocou no lado do motorista, colocando a chave na ignição.

― Acho que agora vamos zarpar... Isso será bastante interessante... seus tutores são lendários, pena que parecem não se importar tanto com isso, você sabe a fama que eles tinham junto com seu pai?

As palavras de Jhaeson apesar de despreocupadas eram selecionadas para não causar nenhum atrito com a jovem garota.

Jhaeson parecia curioso a respeito de Aled e Throst. Para mim aquilo era normal, afinal, sempre escutava historias e até melhores do que os feitos do meu pai. Sentei e coloquei o cinto.

― Claro que conheço... Antes de ser declarado Alfa da matilha, o trio era requisitado para as missões mais difíceis... ― Disse com um sorriso nos lábios, eram divertidas aquelas historias, além de perigosas ― Eles se importam sim... Aqueles dois tem o ego muito inflado! Porem, estão em uma missão e eles não são lendários apenas por serem fortes... Um erro pode ser fatal... Quando isso tudo acabar, sente com eles... Talvez eles contem 

O carro começou a andar enquanto ela sorria, ao falar do pai e tutores falando das missões mais difíceis, Jhaeson ligou o rádio novamente, com um volume bem baixo, ela disse que eles se importavam apenas estavam em missão, e eram lendários não apenas por serem fortes, e que um erro poderia ser fatal.

Ela disse que quando aquilo tudo acabar seria bom Jhaeson sentar com eles, então na rua principal olhou de lado para ela.

― Qual é a missão deles, e quando será o “quando tudo isso acabar”, talvez a batalha deles nunca tenha um fim, talvez seja isso que os faz prosseguir na maioria das vezes, pelo menos ate que eles percebam que existe mais, eu estivesse quase deste mesmo lado.

Apertou um pouco mais forte o volante, apenas por um instante enquanto se concentrava na rua diante seus olhos, não demorariam a chegar.

Jhaeson parecia tranquilo, até que falou sobre a missão deles.

― É a missão de qualquer lobisomem... Proteger o bando? Mesmo sem um alfa ainda somos uma família, mas no atual, Albion disse para levar vocês três para casa ― Disse encostando para trás e olhando para o teto da caminhonete.

― Mas vocês são muito enrolados... E Lucian parece não querer ir e provavelmente não quer ― Resmunguei, não que aquilo me importasse, mas se ele não tivesse sendo tão cabeça dura já estaríamos na estrada. 

Ela disse que a missão deles além de proteger o bando, em específico era levar os três para casa, em seguida falou que eles eram enrolados, finalizando por dizer que Lucian parecia não querer ir, provavelmente era verdade ele odiava deixar as coisas inacabadas ou por resolver.

E o caso ali era ainda mais delicado, deveria ser um confronto monstruoso o que ele estava fazendo, e isso apenas aumentava a admiração de Jhaeson por Lucian, afinal ele também precisou fazer escolhas que ainda hoje não sabia dizer se foram as corretas.

― Não irei discordar, pois acho o mesmo e foi por esta razão que vieram, se fosse fácil bastava Albion ligar, talvez creio que isso tudo seja um teste a todos, tanto nós quanto vocês, ou vocês aceitaram rapidamente virem e se juntarem ao bando?

A poucos metros a pensão surgiu na visão de Jhaeson

Quando percebi estávamos quase na pensão e o fim dos papos estavam próximos.

― Quando encontrei com Albion, ele me forçou a me transformar... Quando isto acontece eu perco o controle, já quase matei alguns do bando nesta forma... Machuquei muito meu irmão e meu pai ― Disse com um pequeno pesar nas palavras ― Ele disse que caso eu o atacasse, me mataria... Lutei mais um pouco... Mas no momento que desisti de resistir... Até dei graças por finalmente acabar com este sufoco que passo ― Confessava que desejava morrer? Talvez fosse por isto que tenha aceitado ― Já desisti de mim faz tempo... Busco apenas a vingança Jhaeson... Quero matar quem matou minha família, meu bando... Mas quando Albion perguntou se queríamos aceitar entrar no bando... Vi que Throst e Aled precisavam descansar... Já não são jovens e esta constante mudança e perigo a cada esquina só acabam com eles...

Acabei por destravar o cinto e olhei para Jhaeson, esperando ele desligar o motor e ir buscar as malas para finalmente ir ― Albion tem interesse no que eu sou, do porque meu cheiro é diferente... Apenas usei isto como moeda de troca para proteger os dois... Espero que isso de um pouco de paz para os dois... Porque para mim, a única paz será quando eu matar quem destruiu minha aldeia. 

Quando Jhaeson ouviu as palavras de Hannah não deixou de pensar como tudo havia ocorrido, apesar do peso que provinha em cada palavra, a maior surpresa foi a revelação de Hannah que parecia querer se entregar e que sua única meta era se vingar, mas que por um breve momento pensou nos seus tutores.

Falou do interesse de Albion, e aquilo fez engrenagens moverem em sua mente, será que Albion achava que ela era uma hibrida? Com o motor do carro ainda ligado se virou para Hannah parando alguns metros de distância.
Colocou a mão no banco se colocando de lado, olhando seriamente para Hannah.

― Olha Hannah, se Albion ofereceu isso não pense que seja apenas por você ser diferente, se ele fez isso é porque ele achou que era o correto, ele acolheu um jovem lobisomem, sem bando e cuidou dele sem ganhar nada, caso você fosse o prêmio dele, o jeito mais fácil seria acabar com seus tutores, apesar de lendas como você mesmo disse não são como eram, separadamente eles não teriam chance, ao invés disso ele ofereceu mais do que imagina.

Desligou o carro.

―Acho que e hora de irmos não e mesmo?― Disse retirando o sinto e abrindo a porta.

Jhaeson via um modo de não me ter, mas sim de me aprisionar. Caso matasse meus tutores, acabaria por ganhar alguém sem vida ou que viveria para tentar mata-lo e certamente acabaria morta por isto.

Albion apenas viu um modo fácil de conseguir o que queria e sabe-se lá o que falou com Aled e Throst para chegar a conclusão de nos convidar para seu bando, mas no fim, foi o que aconteceu. Eu olhava para ele, como se não acreditasse em suas palavras, ele era daquele bando e se eu estivesse em sua pele também iria ter os mais belos elogios para este, porem o único jeito de saber, é estando lá.

Acenei com a cabeça saindo do carro, dando de cara com Aled, sentado no bando em que Throst havia me derrubado, fiz uma cara de surpresa ― Lucian parece precisar de um tempo sozinho... Sabe-se lá o que faz em seu quarto Jhaeson, mas seria bom apressa-lo ― Seu tom de voz não era nada agradável, deviam ter tido algum desentendimento tanto é que Throst não estava por perto. Olhei para Jhaeson ainda mais confusa.

― Se ele vai voltar para a Aldeia, porque diabos precisa ficar sozinho? Não vai me dizer que ele é do tipo melancólico que fica choramingando por não conseguir cumprir uma missão ― Cruzei os braços olhando para o garoto. O perfil de Lucian não parecia se moldar um dos melhores. 

Assim que chegaram Jhaeson encontrou Aled é Lydia já a espera,  ele falou que Lucian queria ficar sozinho, aquilo era estranho ate mesmo para ele, finalizando ao dizer que estava no quarto de Jhaeson pedindo para apressa-lo.

Hannah olhou para mim, perguntando por que ele precisava ficar sozinho, e se ele era do tipo melancólico, ficar choramingando por não cumprir uma missão. Ela cruzou os braços.


― Hannah você mesmo sabe como é o não cumprimento de uma missão ainda mais pelo que conversamos mais não se preocupe já iremos partir irei chama-lo, apenas esperam aqui não demoro.

Falou Jhaeson indo para dentro da pensão, não gostou do tom usado por ela como se todos tivessem que seguir um padrão, mas não a culpou por isso ela não sabia como as coisas estavam se desenrolando, olhou para senhora na recepção e seguiu escada em cima encontrando Throst no corredor.

Jhaeson tentou dar um motivo para aquele emotismo todo que Lucian estava tendo, claro que não convenceu. Aquela missão e tudo em torno dela estavam levando a um ponto que, eu particularmente, repudiava.

Quando Jhaeson deu as costas e foi buscar Lucian, eu me sentei ao lado de Aled, olhando para ele, não precisava de muita coisa para saber que estava furioso ― Desembucha! ― Resmunguei olhando para meu tutor.

― Xiu... Não se mete em assunto de adulto! ― Respondeu ele, parecia mais reclamar que falar.

― Adulto? Brigou com Throst? Porque o resto daqui não se encaixam em, algo propriamente dito, Adulto! ― Vi um sorriso surgir nos lábios dele, como se caísse em uma armadilha, rs.

― Talvez seja isto... ― Disse ele se levantando, não havia caído e muito menos pretendia falar. Ele voltou para dentro, pegando as malas para colocar na caçamba da caminhonete, me deixando ali, sentada no banco vendo-o trabalhar.

Throst por sua vez, não estava fumando e nem bebendo, apenas encostado da parede ao lado da porta, escutando o barulho da caneta em contato do papel, sua feição não era das melhores, porem não era de irritado. Olhou para Jhaeson e o cumprimentou com a cabeça, aquilo significava que o tempo havia acabado e estavam por partir.

Jhaeson parou por alguns instantes cumprimentando silenciosamente Throst que fez um pequeno gesto com a cabeça, ele escorava na parede, enquanto o cheiro preenchia o ar, do mesmo cheiro que Throst exalou dentro do quarto de Lucian.

Jhaeson entendeu o recado com a cabeça e adentrou ao quarto encontrando Lucian sentando escrevendo alguma coisa, assim que ele entrou fechou a porta atrás de si, Lucian ergue os olhos parando de escrever.

― Lucian... Entendo sua dúvida, porém não podemos arriscar tudo aqui e agora, se as coisas estiverem como imagino, nosso lugar será na colônia, com seu pai longe você terá que assumir a frente, compreendi isso?

Assim que escutou as palavras de Jhaeson se levantou segurando a caderneta, na cama havia três folhas, ele arrancou a quarta e juntou todas as dobrando.

― Eu sei disso Jhaeson, este é meu maior conflito, mais não posso abandonar o bando, por isso fiz isso aqui.― Ergueu o papel para ele.

Colocando a caderneta de volta no lugar usou a caneta e riscou alguma coisa no papel do lado que não estava escrito.

― Esta é uma carta que deixarei para Rhiannon, eu acredito que ela vai voltar, e quando o fizer e não nos encontrar quero que saiba o que aconteceu, o que será de nós depois disso eu não faço ideia... Sinto meu peito se partindo por ir embora ser poder salva-la... Acredito que a mãe dela vá tentar algo, mais... Será o suficiente.

Suspirou olhando para o amigo de forma apreensiva.

Jhaeson olhou para Lucian sentido pena do amigo, apesar de Lucian não saber ele havia feito algo de mesmo grau ou muito parecido, e tentava ser forte a mesma força que Lucian precisava demonstrar.

― Lucian você a salvou duas vezes, isso só pode significar que ela tem um santo forte, e não cairá desta vez ainda mais com a mãe dela indo atrás dela, o que vier depois deixe que o tempo se encarregue, agora você precisa ser o alfa que sei que es.

Jhaeson colocou a mão no ombro de Lucian olhando em seus olhos enquanto os mesmos brilharam amarelo a confiança dos dois era poderosa, sem mais palavras se abraçaram por alguns instantes.

― Agora vamos.― Disse se afastando.

Lucian concordou com a cabeça. ― Apenas deixarei isso no quarto dela, é podemos ir Throst me alertou que isso poderia colocar nosso bando em risco, você acha que isso pode acontecer?

Caminhou com Jhaeson até a porta.