Holanda

Apos sua conversa com Noah, Nicolau mais uma vez deixou a bela mansão aos cuidados do vampiro para proteger seu maior trunfo, pelo menos ele achava que ela poderia ser a chave para desvendar o que ele tanto queria, porém outras peças se moviam, e como bom jogador que era ele não poderia deixar de fazer seu movimento.

Se deslocou para a Holanda, onde os originais estavam se concentrando, ele havia um  ponto seguro ali, os boatos que ele estava por aquelas redondezas corriam rápido, era muito fácil plantar uma informação, com internet, celulares, e vampiros em todos os lados, era simples induzir as informações que desejavam mesmo que não fosse verdade.

Apesar dos boatos Nicolau se dirigiu de fato para a Holanda, ele precisava aproveitar a chance para acabar com alguns de seus inimigos, dentre eles os volkers, aquele pais era protegido pela linda é bela Aysha Kriyeva, segunda “filha” de Caim, conhecida por sua frieza e comando, apesar de se ocultar dos olhos humanos assim como suas modernidades, ela ainda  saboreava um bom sangue fresco.

Se instalado em um antigo castelo, dado como monumento histórico Nicolau não iria ser incomodado ou encontrado com facilidade, pois apenas poucos sabiam de seu paradeiro, com seu sonho tão perto o bastardo filho de Caim, não poderia se deixar levar pelo prêmio que ainda não possuía, se quisesse conseguir teria que acabar com alguns empecilhos, ou pelo menos produzir distrações capazes de tomar o tempo dos que lhe queriam morto, não um morto vivo mais completamente morto.

Sentado em um dos finos sofás do castelo, que apesar de ter um aspecto desgastado por fora era extremamente elegante por dentro, uma voz se vez ser percebido, abaixou-se se ajoelhando sem encarar Nicolau, ele estava se baqueteando de uma mulher de pele alva que gemia baixinho.

― Senhor... ― Falou o homem.

Nicolau tirou seus lábios do pescoço da mulher apenas para olha-lo de relance enquanto um filete de sangue escorria pelo canto esquerdo de seus lábios, revelando um sorriso diabólico, sendo ainda mais acentuado por suas presas.

― O que queres? Me interrompendo assim.

― Peço desculpas senhor, como pedido, entrei em contato com Sophia Hills, a cria de Leonard, aquele quem o senhor tem como braço direito.


― Muito bom... Talvez ela sirva para criar a distração que preciso, o que disse a ela?

― Apenas o ordenado, para que viesse para a Holanda, que aqui  receberia mais informações, tenho olheiros seguindo os movimentos dela.

― Vamos aguardar que venha, quero ver que capricho Leonard fez desta vez.

Sorriu Nicolau, olhando para o corpo branco da jovem que tinha os olhos vidrados olhando para o dedo, enquanto o  sangue escorria lentamente pelo seu pescoço, com a língua Nicolau lambei o caminho de sangue que a fez afagar.

― Agora nos deixe, tenho que terminar o que comecei.

Com estas palavras o homem desapareceu nas sombras deixando o vampiro com sua vitima.

A viajem de avião foi calma como esperado dos voos noturnos, gostava deles por isto só alguns empresários, minha sede por sangue que ainda não foi saciada estava começando a me incomodar, vontade não me faltava para levar um dos passageiros para o banheiro e me alimentar, mas sabia melhor que ninguém que se algum passageiro morresse iria demorar a descer. Estalei o pescoço e continuei me concentrando na musica dos fones de ouvido.

Logo no desembarque não tive problemas, afinal, uma mochila de mão permitia sair as presas da sala de desembarque e seguir para a rua do aeroporto, precisava me alimentar! Mesmo sendo uma vampira um pouco experiente, ainda possuía uma vontade feroz por sangue, desta vez não queria, ou melhor, não conseguiria distinguir uma vitima que me agradece a consciência, desta vez seria o cheiro que iria me guiar.

Sabia que receberia mais informações quando chegasse, mas dei os ombros e peguei um taxi, para o centro da cidade, parando em uma das ruas secundarias, enfrente a uma festa bem movimentada que ainda estava agitada mesmo com o aproximar do amanhecer, teria que ser rápida e arrumar um lugar para me abrigar. Entrei sem dificuldade, o guarda caia como um patinho apenas de trocar olhares comigo, lá dentro, reparei que existia divisórias na área vip, perfeito... Subi para lá e segui puramente meus instintos, seguindo para um dos camarotes, separados por uma bela e grossa cortina preta de camurça.

Possuía duas garotas, que pelo rosto mal alcançou a maioridade e um homem por volta dos 27 anos, quando entrei, em vez de gritar ou pestaneja, veio ao meu encontro. Porem o cheiro que me agradava não era dele, era da morena totalmente atordoada no sofá, devia ter ido com uma amiga e sido pega pelas garras do homem. Hipnotizando os demais para não haver confusão pulei no pescoço da garota, percorreu o pescoço dela, escutando um leve gemido de satisfação e prazer, provavelmente esperando outra “rodada”, até finalmente poder perfurar sua pele Alva que nada mais havia de inocente. Escutei o sussurro dela, chamando por um homem, provavelmente o que habitava seus pensamentos, não a matei, mas deixei em situação precária, como se não fosse o bastante me atraquei na garganta da outra, buscando satisfazer minha fome e acabar com a ansiedade que aquela estranha ligação me trouxe.

Alimentada sai da boate, pelo mesmo caminho que percorri, estavam tão chapados que não iriam notar que as duas garotas estava desmaiadas, por falta de sangue e talvez outras drogas que aquele homem deu para se aproveitar de seus corpos.

Na saída da boate meu celular tocou novamente, numero desconhecido...

- Sophia Hills? – Se ele já sabia a resposta porque me perguntava?

- Pois não? – respondi.

- Um carro ira te buscar para se encontrar com o criador do seu criador – O sol logo nasceria, não era uma boa ideia deixar meu destino nas mãos de desconhecidos, ainda mais com meu maior inimigo prestes a despertar no horizonte.

- Devera me perdoar, Senhor... Mas acabei de chegar de viagem e sabes melhor que ninguém os perigos que corremos nesta hora do dia... – Disse, podia estar sendo atrevida, mas não vivi por tanto tempo para entrar em um perigo tão facilmente. O homem demorou a me responder, de fato, ele não gostou da resposta e como imaginava, O criador de Leonard gostava de mandar, tanto quanto o próprio Leonard.

- Assim que o sol se por, um carro ira busca-la – Finalmente respondeu, aceitando minhas exigências, mas não gostando nada. Imagino o quanto eu teria que responder na noite seguinte.

- Devo imaginar que os Senhores vigiam cada passo meu, então não preciso nem dizer em que hotel ficarei, correto? Então, bom dia Senhor... Até a noite – Respondi, sendo educada e simpática, a minha maneira claro.

Nicolau estava em seu escritório, ligando para Noah para saber como estava as coisas, e sua hospede, ela havia se silenciado não causando problemas pelo menos fora o que o outro vampiro dissera, o plano era afastar o rastro de sua carta rara, não era momento de jogar sua melhor mão.

Desligando o aparelho uma sombra se mostrou.

― O que queres? Esta sua mania de entrar sorrateiramente vai acabar te matando ainda. ― Falou Nicolau.

― Perdoe mestre apenas queria lhe informar que Sophia chegou na cidade, mais não veio direto para cá como planejado, ela é cautelosa, como pediras Leonard deixou ela no escuro sobre o senhor, então está sendo cautelosa.

Um sorriso brotou nos lábios de Nicolau enquanto caminhava pelo escritório indo até a mesa com as bebidas é se servindo de um pouco de conhaque.

― Interessante... Estou curioso para saber como é esta Sophia, afinal Leonard, sempre diz que ela excuta bem os trabalhos apesar de sua personalidade forte, isso é exatamente o que preciso, um peão capaz de agir como uma torre...

Desliguei o celular colocando-o no bolso e ajeitei a mochila nas costas, precisava ir logo para um hotel, logo o sol iria nascer e ficar ilhada em algum beco ou lugar pequeno não era bom para nenhum vampiro.

Não demorou em um taxi parar enfrente a boate, só quando ela fechasse que descobriria as moças, por isto nem me preocupei se demorava ou não. Como desta vez não estava a trabalho do meu criador, segui para um hotel que me permitia chamar um pouco mais de atenção, um três estrelas perto do centro e de um belo parque, porem a localização não me importava, o que me agradava era o aconchego dos quartos com estilo antigo, fazer o que? Velhos hábitos nunca mudam.

Passei direto pela recepção, pegando a chave com o “zumbi” da recepção e subindo para os quarto dos fundos, poucos usados e com pouca iluminação do sol. Quarto 306, no fim do corredor a esquerda, mesmo que sempre fico a décadas. O papel de parede trocado em tempos em tempos continuava verde com desenhos em verde escuro dividia a parede com as madeiras brancas que cobriam o primeiro metro da parede, a janela também branca coberta por uma grossa cortina verde musgo, a verdade é que nunca abri aquela cortina ou as venezianas para ver o que possuía atrás daquele prédio. A cama de casal grande e aconchegante no meio do quarto, revestida por lençóis brancos e um edredom cor de gelo, uma escrivaninha em um canto com uma cadeira, este era um móvel novo, talvez para suprir a necessidade de colocar os computadores dos hospedes e a velha cadeira bem acolchoada como sempre perto da porta verde da mesma cor das paredes.

Fui para o banheiro, tomar um longo banho. Nos últimos dias tenho passado mais tempo na estrada que aproveitando, isto me irritava bastante... A propósito... Como estaria Alice? Não, não é hora de pensar nela, minha pele estava em risco, um risco que não possuía modo de fugir... Suspirei fundo saindo do banho, secando o corpo e indo para cama vestindo apenas uma camiseta branca, que cobria apenas o inicio das coxas, deslizei para baixo das cobertas. Era exatamente como eu lembrava, aquele quarto era reconfortante e em certo ponto me trazia uma nostalgia. Mesmo assim demorei em adormecer, ansiosa para saber o que a noite seguinte me aguardava. 

Nicolau podia caminhar durante o dia uma habilidade que nem todos os vampiros possuíam, um dom adquirido por ter sido transformado pelo primeiro vampiro, isso o fazia se perguntar o quanto de poder e habilidades ele teria se obtivesse os mesmos poderes que Caim?

Em seu objetivo ele trabalhou de forma lenta e meticulosa, sendo impedido apenas pelos volker e seu primeiro transformado, isso tornava o jogo mais divertido e interessante, pois sem esta motivação o que restaria ao vampiro que um dia viveu da morte dos outros, sendo um general nas linhas de frente... Se corpo era movido por um motivo que ele já não sentia muito tempo.

Em seus aposentos ele se deitava com suas vampiras, belas e divinas podendo ser consideradas deusas gregas, uma loira e  outra morena, com apenas pouca roupas ou quase nenhuma ele se entregava o prazer daquele momento, enquanto saboreava aquele momento, um pouco de diversão antes dos grandes acontecimentos.

Estando na Holanda tão próximo de um dos volker, esperando que mais outro chegasse, provável que suas informações vazadas propositalmente tenha chegado até eles, os peões estavam fazendo seu trabalho, era hora do rei começar a se mover...

Como de costume, acordei minutos antes do por do sol. A cama estava quase intacta, mesmo ansiosa aquilo parecia não incomodar meu subconsciente, será que me garantia tanto assim como o criador de Leonard? Ou não tinha o que temer perante a este ser tão antigo?

Levantei-me, preguiçosamente e fui para mais um banho, manias que peguei ao longo do tempo, dormir e acordar tomando banho... Seria pelo tempo que vivi como esposa de um milionário? Bom, de qualquer forma, possuía tempo para tais luxos. Imaginava como seria ele, ou melhor, porque ninguém me falou o nome dele? Que mistérios rodeavam aquele homem? Seria como Leonard? Um homem totalmente sarcástico e cruel? Bom, uma coisa que possuía quase certeza deveria ser charmoso como a cria.

Sai do banho, pensei em colocar roupas normais, calça jeans e uma blusa... Mas aquele não era um momento normal. Escolhi um vestido de tubo preto, com a barra de uns cinco centímetros embaixo cor de champagne e um blaizer da mesma cor do detalhe do vestido, com um sapato de salto alto preto. Estava vestida socialmente, mas com um ar mais provocador. Os cabelos em cachos em vez de lisos para dar um ar mais informal e uma maquiagem leve, apenas o batom era em um vermelho escuro.

Desci para o Hall de entrada e a noite já dominava a cidade, não tardou para um carro preto, de vidro também escuros estacionar enfrente ao hotel, desci os degrais de entrada e olhei para o vidro, que baixou logo que eu parei ao lado.

― Boa noite Senhor... ― Disse com um sorriso simpático olhando para o homem dentro do carro. Nervosa? Bastante. 

Após um dia de descanso e prazer Nicolau despertou ao entardecer, tomou um banho deixando as duas vampira ainda em seus aposentos, se vestiu de forma elegante, é desceu as escadas.

Pediu para que o jantar fosse preparado, pois teriam uma convidada, dentro daquele castelo que por fora era ruínas, porém internamente era muito elegante e belo, os funcionários estavam misturados em vampiros e humanos hipnotizados.

Em se escritório  ouviu a porta se abrir novamente com o homem se colocando a sua frente.

― Senhor... Sua convidada acaba de chegar. ― Falou ele.

― Muito bem. Vamos ver qual impressão esta cria de Leonard me passa, sendo uma filha de caçador imagino que dilemas ela passa ou já passou. ― Sorriu Nicolau para o homem a sua frente.

Se levantou de sua poltrona, olhando para o homem ajoelhado a sua frente.

― Speed, leve-a para o salão de jantar.― Disse o vampiro ajeitando a gravata.

― Como queira senhor... ― Falou saindo do escritório.

Pouquíssimas palavras foram trocadas durante o trajeto, pouco me importava o local pouco me importava, não sabia se queria conhecer o criador de Leonard ou se toda aquela bagunça acabasse o mais rápido possível.

Notei que o motorista era um humano e este estava hipnotizado, movia-se como um robô dobrando nas esquinas como bem manda as leis de transito daquela região, fiquei abismada o quão longe as ordens daquele homem poderiam ir, se eu que já amava aquela habilidade ainda não possuía tão grandes habilidades.

Vi pelas janelas que íamos para algumas ruínas, estranhei pois os mais velhos vampiros amavam o luxo e a riqueza, uma caverna ou um lugar caindo aos pedaços era mais a cara do vira-latas ou dos novatos. Pensando nisto, como estaria aquele lobo que encontrei a algumas centenas de anos? Vivo ou morto? Qual era o nome mesmo? Bom isto não era importante... Mas também, ao ver os novatos, aquele que encontrei na noite passada também não iria durar muito, logo colocaria algumas das minhas crias atrás daquela criança, sua luxuria acabou por manchar meu orgulho, quero ler logo a morte do infame herdeiro dos carros nos jornais.

Ao entrar nas ruínas, notei que não eram simplesmente um monte de pedra ao relento, por dentro era praticamente o oposto, como se o tempo ali nunca tivesse passado, o luxo estava explicito em cada cômodo que tinha que passar, acompanhada por uma empregada, está era vampira? Aquilo me fez questionar, quantos empregados aquele homem tinha aos seus pés?

― Senhorita Sophia Hills?  ― perguntou um homem, a voz era parecia com a do telefone por isto me chamou a atenção, meus olhos pousaram sobre ele com um sorriso estampado nos lábios. Admito que ele em si me era indiferente, porem o local me agradava e muito! Junto com a empolgação de encontrar logo com meu anfitrião ― Me acompanhe, por favor ― Disse o homem me dando as costas, certamente para o acompanhar e foi o que eu fiz.

A sala, ou melhor, salão de jantar era grande, com uma linda mesa central que se estendia. Me receber com um jantar? Esperava algo mais informal, mas foi bom eu não vir de jeans e camisa.

― Aguarde aqui por favor ― Disse ele, me deixando ociosa, se meu coração ainda batesse, provavelmente estaria a sair pela boca e estaria suando, mesmo com esse tempo frio da cidade e dessas ruínas. Tenho realmente sorte que o meu corpo não me entregava.

Enquanto aguardava o homem, ficava olhando para os quadros e as belas peças que nos tempos atual eram vistos como inúteis... Mas aqueles detalhes em cada objeto os tornavam únicos.... 

Minutos depois Nicolau seguiu para o salão tão silencioso como uma pluma seu primeiro deslumbre foi de fascínio pela bela vampira, que trajava um belo vestido isso muito o agradou, elegância e bons modos cabia em qualquer pena que nem todos os dominavam com maestria.

Ela parecia se perder nas pinturas, surgindo pelo corredor ele falou:

―São belos não é mesmo... As pinceladas que foram usadas para compor tamanha obra prima, não são compreendido pela maioria, que acham ser apenas rabiscos ou borrões de tintas, mais existe mais do que isso nestas pinturas.

Ele caminhou sorrindo para ela, alguns serviçais apareceram juntamente a mesa, respirou profundamente sentindo o aroma que ela exalava.

― É um prazer finalmente conhece-la Sophia, vampira criada por Leonard, devo dizer que a primeira impressão que me causa e muito boa, gostaria de me acompanhar em um jantar, o preparei para recebe-la.

Tentando me entreter e não notar o tempo passar, afinal, Leonard adorava me fazer esperar por horas só para me ver irritada. Entre uma pintura e outra, não reparei o homem se aproximar, levando um susto que me fez desviar os olhos rapidamente para o recém chegado. 

Enquanto ele analisava a bela pintura, eu por outro lado o analisava de cima a baixo. Seu olhar, sua postura e roupas, como é que não o ouvi chegar? Aquele encontro realmente seria interessante.

Virei-me para ele e sorri ― Realmente, tens uma bela coleção de arte nesta sala... Tenho que admitir ― Desviei o olhar para a mesa, onde algumas mulheres surgiram, não era mais acostumada com tantos empregados, não que eu não gostasse pelo contrario! Adorava aquele luxo, afinal, o que seria de uma vida eterna sem o luxo? 

Novamente, aquele vampiro me chamou a atenção, comentava sobre o vampiro que nos “ligava” e me convidava para jantar ― O prazer é todo meu... Infelizmente Leonard nunca me comentou sobre o criador dele, então... ― fixei-o nos olhos ― Como devo chama-lo? 

Após a resposta o acompanhei até a mesa de jantar e sentei-me no lugar indicado pelo mesmo, queria realmente ir direto ao assunto, mas infelizmente seria deselegante, ele não era como Leonard acostumado comigo e nem um vampiro novato, teria realmente que me comportar. 

Ainda sorrindo enquanto apreciava as telas que a vampira observava, Nicolau não deixava  de nota-la, ela disse que ele tinha uma bela coleção, é de fato tinha a imortalidade o permitia ter o que quisesse e quando quisesse todos aqueles quadros eram obras originais.

O original a viu olhar para a mesa farta de tudo que a de mais saboroso assim como as serviçais, ela sorriu dizendo que o prazer ela dela é que Leonard nunca havia falado dele, era natural, pois assim Nicolau queria, seus olhos se prenderam nos dele perguntando como chama-lo.

― Leonard não disse nada sobre mim, por que digamos que gosto de ficar no anonimato, porem sei muito sobre você, sua ligação com caçadores, seus tempos que brinca com humanos e lobisomens, acredito que goste de viver perigosamente.

Com um piscar de olhos parou diante dela, segurando sua mão é a beijando com suavidade.

― Pode me chamar de Nicolau...― Disse ele a guiando até a mesa e puxando uma cadeira para que ela se sentasse.

Ele era perigoso e sabia disto, ainda sabia que eu como uma ré res cria de uma cria dele o temia, ainda mais por ele passar por quase todos os meus radares. Ele falou que gostava do anonimato e quem não gostava? Aprendi a viver sempre longe dos olhos alheios, era mais fácil.

Porem, nem sempre conseguia fugir disto, Leonard era um controlador nato, sabia exatamente o que eu aprontava, mesmo indo contra as regras e contra a vontade dele, eu fazia questão de aprontar, porem agora foi a primeira vez na qual me arrependia de cada deslize proposital que me meti ao longo de minha vida... O vampiro fez questão de dizer que era informado sobre tudo... Humanos, caçadores, lobisomens... O que me arrancou um sorriso travesso dos lábios.

Em um piscar de olhos ele já segurava minha mão e a beijava, se apresentando ― Nicolau, bonito nome... E sobre minhas brincadeiras ― Deixava-me guiar pelo homem até a mesa e me sentava com o cavalheirismo oferecido pelo vampiro ― Sun Tzu dizia “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...” ― O acompanhava com o olhar, até ele se sentar ― Leonard vê prazer em deixar em maus lençóis, por isto preciso me manter em forma e informada... Não concordas? 

Enquanto se sentava Nicolau foi agraciado com uma citação de Sun Tsu livro muito conhecido ainda hoje, porém não mais usado para guerra mais para o marketing, uma pena um desperdício de conhecimento, assim que ela terminou ele se sentou de frente para ela na outra extremidade da mesma que poderia facilmente cabe vinte pessoas.

― Vejo que conheces boas passagens, devo dizer que esta parte em especifica foi alterada com o tempo, afinal conheci Sun Tzu pessoalmente, como acha que ele aprendeu tanto? Porém o que ele mais desejava não conseguiu ter, ou melhor obteve mais de uma forma diferente, afinal ele foi imortalizado em seus versos, mas não em vida.

Sorrindo uma serviçal rapidamente veio servir uma taça de vinho, do outro lado outra serviçal fez o mesmo para com a bela vampira, ela falava que seu mestre via prazer em deixa-la em maus lençóis por isso precisava se manter em forma e informada, perguntando se ele concordava.

― Devo dizer que está sempre um passo de seus inimigos seja uma jogada sabia, porem esta dois passos à frente de seus aliados torna o sábio quase divino, pois prever o que o inimigo faz é fácil, mas o que um aliado, amigo ou companheiro pode fazer é descrito apenas como o inesperado.

Sorriu olhando para ela, enquanto as serviçais voltavam aos seus lugares com olhares vidrados, demonstrando que eram humanas hipnotizadas, com sua taça em mãos cheiro o vinho, o balançando com suavidade, provavelmente aquele vinho havia sido envelhecido a muito tempo. Instantes depois deixou o liquido escorrer por sua garganta.

― Diga-me você culpa Leonard pela vida que tem? Ou você o agradece pelo que ele lhe ofereceu?

A pergunta poderia parecer simples mais havia um porque por trás dela.

Nicolau era exatamente como Leonard, gostava de se vangloriar pelas centenas de sábios que acompanhou em sua longínqua vida, infelizmente não tive tantos prazeres, atualmente apenas um bando de hipócritas se destacam.

Observei de relance a mulher hipnotizada, aquele era o truque que eu mais gostava e ele possuía uma maestria fenomenal, apenas por aquilo já admirava aquele vampiro, mas infelizmente ainda o temia. Falou sobre a citação, sobre inimigo e aliado, ele estava certo... Normalmente lidar com aliados é difícil, por isto gostava de possuir poucos e estes em meu total domínio. Apenas Leonard que não possuía nem sinal, mas este estava fora da minha ossada e agora Nicolau... Quem seria este homem? Imagino que perguntar a Ethan seria um tiro no pé, desta vez teria que me virar sozinha.

Peguei a taça de cristal e rodei levemente o vinho, apreciando sua bela cor e o aroma que se destacava, com um leve gole pude sentir o gosto maravilhoso da uva. Uma safra antiga e rara ― Além de um amante de arte, também possui um ótimo gosto para vinhos... Acabaste de subir mais no meu conceito, Senhor Nicolau ― Disse quanto o vampiro tomava de sua taça.

Então veio a grande pergunta, culpar ou apreciar Leonard? Uma pergunta simples porem muito complexa! Não teria todo o tempo do mundo para responder, então tomei mais um gole pequeno do vinho e então retornei a taça a seu lugar de origem.

― Poderias passar a eternidade a citar prós e contras para com meu criador... ― Disse passando a ponta do dedo no bocal da taça, com os olhos voltados para o liquido avermelhado ― Mas se perguntas sobre me transformar... ― Tentar engana-lo seria um erro fatal ― É uma dadiva que poucos conseguem aproveitar, sem ele não teria o conhecimento que possuo hoje e talvez me tornaria uma hipócrita como minha família no passado... Se eu pudesse voltar ao passado e escolher não entrar naquela floresta, naquela noite... Eu negaria sem pensar duas vezes... ― Meus olhos se voltaram ao vampiro logo a frente ― Aprendi a gostar desta “não vida”... Então respondendo a tua pergunta, mesmo ele me obrigando a caçar minha própria família, ele me deu a liberdade para fazer o que desejo... Por isto o agradeço por este presente, como sou grata ao senhor, por transforma-lo

A vampira saboreava o belo vinho que era um dos muitos que ele tinha em sua adega, ela o elogiava dizendo que ele havia subido no conceito dela por além de ser amante da arte, possuía um bom gosto para vinho, porém o que ela desconhecia era que Nicolau gostava de tudo que era de melhor no mundo mortal.

Sem rodeios após alguns instantes ela respondeu à pergunta feita pelo original, dizendo que poderia ficar a eternidade enumerando os dois lados, enquanto brincava com a taça de cristal, ela era esperta em saber que tentar engana-lo seria um erro, ela aceitava ao mesmo tempo que negava o que era, pensando como seria se não tivesse entrado naquela floresta.

― Existe uma frase bastante usada que fala o seguinte: "Não tenha medo da grandeza, alguns nascem grandes, alguns alcançam a grandeza e alguns tem a grandeza imposta a eles..." talvez você ter encontrado com Leonard tenha sido o início de sua grandeza.

Neste mesmo instante os olhos da vampira se voltaram para Nicolau. Ela disse que aprendeu a gostar da sua não vida, dizendo que apesar dele tê-la feito caçar a própria família, ele também havia dado liberdade para fazer o que desejasse, Leonard sempre tinha uma forma peculiar de divertir Nicolau, ele era sádico e insano, fazer uma jovem moça que acabará de se transformar e  caçar a família... Fez Nicolau se lembrar de Noah.

― Não precisa me bajular, isso não a colocará em risco, apenas saiba reconhecer o que for realmente importante, Leonard tem o terrível costume de tentar me copiar, creio que sua transformação foi uma delas. A muito tempo atrás eu fiz algo parecido com um outro vampiro, talvez ele achou que seria interessante fazer o mesmo... Sinto muito.

Apesar dizer sinto muito, ele não parecia nenhum um pouco sentido.

Meu olhar estava fixo no vampiro, o jeito dele me lembrava um pouco Leonard, mas faltava aquele ar cobiçador e sinistro. Ele então falou que não precisava bajula-lo, tentei-me lembrar quando fiz isto, talvez minhas palavras tenha ficado dúbias, em todo caso, não voltaria a acontecer.

Ele disse que Leonard gostava de copia-lo, algo que realmente estranhei! Leonard sempre foi endiabrado em seus feitos macabros e sem noção, algo que nunca esperava que um terceiro viesse a fazer ou pior, ser tão sádico a inventar tais coisas!  Então pediu desculpas, mas nunca vi um pedido de desculpas vindo de um vampiro ser realmente valido ― Então parte das ideias mirabolantes dele... São suas?! ― Perguntei perdendo um pouco a formalidade, aquilo já havia se transformado em um caso de curiosidade.

Gostava daquela forma que ele falava e me tratava, mas sabia que aquilo não era um jogo de humanos e quem estava um... Ou melhor... Vários passos a frente era ele e o pior de tudo, aquilo era o mais excitante de tudo, perder o controle da situação, coisa que nem mesmo Leonard conseguia fazer a alguns anos.

Desviei o olhar para aquela farta mesa, mas não era fome que eu possuía, pelo menos não daquilo. Estava ansiosa e curiosa para entender o verdadeiro significado de tudo aquilo, se fosse para me punir pelos meus deslizes, certamente não seria ele e muito menos neste velho castelo que eu estaria neste momento.

― Então Sr. Nicolau, como me conhece bem, deves saber que eu odeio rodeios... Por mais que aprecie, o senhor não teria tanto trabalho para me trazer até aqui para um jantar... ― Disse me encostando para trás na cadeira e cruzando as pernas ― Não que eu negaria algo... Deve ser demasiado interessante os truques que adquiriu ao longo dos anos... Mas não sou boba, com tantas vampiras e humanas a sua disposição... ― novamente olhava para ele, gostava de ser realista, por mais que aquilo doesse a qualquer ego de mulher ― Deve querer algo diferente que eu posso lhe oferecer... Então se não for incomodo, diga-me sem rodeios, em que posso lhe ser útil? 

A ideia que o criador dela se inspirar de outra pessoa pareceu surpreendeu, ele sorriu para ela bebendo mais um gole de seu vinho, ele notou o olhar dela para a mesa farta, como que diz não é isso que eu gosto.

Em seguida se virou para Nicolau, dizendo se ele a conhecia tão bem, deveria saber que ela não gostava de rodeios, para alguém que tinha todo tempo do mundo aquilo era um defeito mortal, ela continuou dizendo que ele não teria tanto trabalho para traze-la ali apenas para jantar é estava certa.

― Além de bela é perspicaz, apesar que sim eu teria tanto trabalho assim para um jantar caso eu quisesse, é tudo isso porque eu posso, porém está certa sobre está aqui não ser só para isso.

Ela de recostou na cadeira cruzando as pernas para revelar as lindas coxas que tinha sobre o vestido, isso não passou despercebido por Nicolau. Ela disse que não negaria algo, que deveria ser interessante os truques que ele adquiriu ao longo dos anos, ela não fazia ideia do quanto seria, completou dizendo não ser boba como tantas vampiras, humanas que ele tinha a sua disposição.

― Se você soubesse todos os meus truques iria se impressionar mais isso não vem algo caso no momento, de fato quando é como muitas vampiras ou humanas a minha disposição, mais não se engane você também está a minha disposição quer queira ou não...

Os olhos dela fixavam nos dele perguntando que ele deveria querer algo diferente dela do que ele conseguia com a maioria das outras, de fato ela poderia oferecer algo para ele, ela perguntou o que seria esta coisa que ele queria. Com um olhar uma das servas se aproximou.

― Estou com um pouco de fome... Se não se importa.― Pegou o pulso da serviçal humana, revelando suas presas mordeu o pulso dela.

No início o rosto se contorcia em dor, o que parecia ser quase um grito se tornou em um gemido baixo enquanto o vampiro sugava o sangue dela, o som baixo e abafado parecia quase uma excitação intima no corpo da empregada, as outras sequer se moviam.

Qual terminou passou a língua no pulso dela fechando os furos que abrira, ela retornou para seu lugar, enquanto uma gota de sangue escorria pelo canto da boca de Nicolau, pegando um lenço da mesa limpou o sangue, se endireitando na cadeira e sorrindo para a vampira.

― Voltando ao assunto, antes que revele no que pode ser útil me diga o que sabe sobre os Volker, diga tudo não esqueça nem mesmo o mínimo pequeno detalhe, após isso decidirei o quanto você pode ou precisa saber do que preciso é quero.

Ele gostava de deixar explicito que fazia o que queria e quando queria, o que me fez engolir a seco, que tipo de pessoa se dava ao trabalho de tanto apenas por um luxo próprio? Começava a me questionar quem realmente seria aquele homem e se era sábio continuar com aquele joguinho, mas infelizmente aquelas questões foram apagadas quando ele falou que eu também estava a sua disposição.

Cheguei a engolir a seco, mas não perdi a compostura, porem aquilo me irritava, nem mesmo Leonard falava aquilo! Ele pediu licença, que estava com fome e então mordeu o pulso de uma empregada humana. Aquele habito era de vampiros antigos, muito antigos... Os novos costumam se atracar nos pescoços alheios que era mais fácil, mas ao analisar aquela empregava, via o prazer que ele oferecia, admito que cheguei a ter um pingo de ciúmes dela, afinal, queria saber que tipo de sensação ela sentia... Infelizmente aquilo eu nunca saberia.

Enquanto pegava minha taça e terminava por desfrutar daquele néctar, o vampiro limpava o sangue em seus lábios, o cheiro do sangue me deixou atiçada, por sorte meus anos de vida me deram o devido controle. Então ele voltou ao nosso assunto, queria saber sobre os originais... Algo que me bateu completamente errado, me fazendo perder a compostura pela segunda vez.

― Os originais? ―  Perguntei estranhando e respirando fundo, como se juntasse duas peças em uma quebra cabeça, um velho habito humano ―  Como és o criador de Leonard, acho que pela primeira vez posso falar o que sei... Mas antes disto... ―  Disse fazendo uma pausa, porque de uma hora para outra tantas perguntas sobre os originais? ― Está pergunta não me é estranha... Um vampiro... Muito estranho por sinal... Que encontrei em Sussex me fez a mesma pergunta ―  Disse com o semblante perdido, aquela pergunta realmente me pegou de surpresa ―  Disse que era contratado por um tal de Sebastian... Ethan ainda está averiguando para ver o que descobre sobre ele, infelizmente não encontrou rastros dele o que me leva a crer ou que ele não existe... Ou que é um vampiro tão antigo quanto Leonard, que consegue ficar invisível dos radares... ― Talvez Nicolau ficasse entediado com minhas palavras, mas não falava com ele, mas sim comigo! Tentando encaixar tudo.

Levei a taça a boca novamente, mas parecendo hipnotizada e olhando para o nada, passei a ponta da língua na borda fina do cristal, cortando-me o que foi bom, pois acordei olhando para o vampiro do outro lado da mesa ―  Porque tu e ele, me fizeram a mesma pergunta... Conhece ele? Quem era aquele que tentou me enganar com o falso nome de Thor? ―  Imaginava que não fosse sábio fazer tais perguntas, mas queria conseguir completar aquele quebra cabeça inacabado e se pudesse ter isto daquele ser, seria uma ótima recompensa. 

A pergunta sobre os originais a pegou de surpresa, afinal aquele era um tabu em muitos lugares ou grupos, todos os temiam ela disse que falaria mais que antes fez uma pequena pausa dizendo que aquela pergunta não é estranha que um vampiro havia feito a mesma pergunta.

Um sorriu ainda maior se desenhou nos lábios de Nicolau, ela continuou dizendo que ele era um contratado por um tal de Sebastian, aquele nome era conhecido era o nome de um dos guardiões de um dos Volkers, porem manteve isso para si mesmo, enquanto ela finalizava seu relato.

Parando um pouco ela tomou um pouco mais do vinho enquanto parecia perdida em seus pensamentos, Nicolau pareceu não se importar ele gostava de observar as reações dela, ela se cortou  fazendo o cheiro do sangue dela evidente, uma gota escorreu para dentro de seu copo.

Em seguida seus olhos voltaram para o vampiro, questionou porque os dois fizeram a mesma pergunta, falando se ele conhecia o outro que se chamara pelo nome falso de Thor.

― Você faz muitas perguntas, não respondeu a minha e ainda me bombardeou com as suas, mas como estou de bom humor irei responder.

Pegou um cacho de uva comendo uma por vez tranquilamente.

― Sebastian é o nome de um dos guardiões de um dos membros do Volker, minha suposição é que o tal Thor caso não seja o real nome dele, possa ser o próprio Sebastian, seu amigo não ter encontrado nada sobre ele não me surpreende não é algo que qualquer um descubra.

Com um pequeno gesto de sua mão uma das serviçais saiu  indo para o salão principal, instantes depois uma música suave começou ecoar ate a sala de jantar, era uma mistura de música lírica, violino e momentos de piano.

Nicolau retrucou que eu fazia muitas perguntas e não respondi a dele, me deixando com cara de tonta e levemente encabulada, ele era direto de mais! Disse então que iria responder por estar de bom humor.

Pegou umas uvas e comia uma a uma... Disse que Sebastian era um dos guardiões dos volkers, quase cai para trás com a noticia! A suposição foi que aquele homem Thor, fosse o guardião porem aquilo não encaixava, as ações dele... O modo de pensar, não batia com o que eu pensava sobre os guardiões... Ou o que estava começando a se formar na minha cabeça sobre eles!

 Estava tão entretida que só notei que estávamos a sós quando a musica começou a tocar ― Ethan é bom no que faz... Descobriu que um Volker se encontra na cidade de Amsterdã sem nem eu pedir a informação... ― resmunguei, tentando levantar a moral de uma ferramenta minha, mas sabia que era inútil, ele deveria conhecer Ethan por Leonard, boca grande... ― Mas voltando a sua pergunta, sei apenas que são quatro... Isto é... Muitos consideram três e um quarto que seria, bastardo... Mas ao meu ver, são quatro... ― Ele não me dava sinais de reações, sempre bem controlado, mesmo que arrancasse algo dele, seria porque ele realmente queria ― Que podem andar na luz do sol... Essa parte admito que invejo! ― Sinto falta de sentir o calor do sol tocando a pele, mas atualmente, nesta minha condição, só de pensar no sol me causava arrepios! ― Existem boatos que cada um dele, possui uma habilidade especial... Mas acredito que o Senhor saiba me responder se é apenas boato ou não? ― Olhava para ele, intrigada ― São crias diretas de Caim... ― Agora eu realmente parava para notar, nunca tive tanta curiosidade sobre os Volkers... Bom, sempre presei meu pescoço ― Eu não sou a cria mais velha de Leonard... Porque eu? ― Falei sem pensar, mas ele me intrigava, tinha tudo controlado até mesmo eu, cria de sua cria a sua disposição... Apenas porque ele quer! ― Teria algo haver com este Sebastian? ― Logo, logo eu acabaria por levar uma por perguntar de mais... Mas minha curiosidade sempre falou mais alto e não era sempre que estava enfrente a alguém tão poderoso como ele. 

A música continuava a soar delicadamente, enquanto a vampira falava saber que um dos  Volker estava em Amsterdã, algo que Nicolau já sabia, ela disse achar que existiam quatro originais, sendo um deles um “filho” ilegítimo por assim dizer.

Sabia sobre algumas habilidades básicas, porem as especiais eram um mistério, afinal quem viu não sobreviveu para contar quais eram, mais uma vez ela fazia mais perguntas, finalizando por perguntar porque ela se não era a mais velha ou mais forte, é se tinha algo a ver com o Sebastian.

― Você faz muitas perguntas sabia? Mais tudo que disse eu já sabia, sobre os Volker está certa, porém incompleto as informações, que existe um em Amsterdã eu sei por isso estamos aqui, tão perto, é para deixar ainda mais empolgada outro logo virá.

O vampiro sorria tranquilamente como se tudo estivesse de acordo com o esperado, terminou com as uvas se recostou na cadeira fechando os olhos e deixando a música soar agradavelmente, instantes depois respondeu.

― Escolhi você não por sua idade ou força, mas por sua personalidade não é do tipo que teme morrer, e digo a possibilidade será grande, porem se tudo correr como eu espero será recompensada... Você tem algum desejo oculta não tem? Talvez matar seu criador, posso de conceder isso.

Ainda com os olhos fechados sua mão se levantou como se fosse o maestro de uma orquestra, fazendo movimentos que simulavam a pausas e trocas de instrumentos, em seu dedo havia um belo anel.

― Sebastian não é importante ele é apenas um guardião os Volker são o real problemas, mais para que entenda falta uma informação que irá encaixar as demais, eu sou o quarto filho de Caim, ou pode me chamar de bastardo  ou caído se preferir.― Abriu os olhos afiados para encara-la.

Novamente Nicolau reclamava sobre minhas perguntas, mas além de vampira era mulher! Ele devia ter noção disto! Ele falou que as minhas informações estavam incompletas, o que eu já imaginava afinal, Ethan apenas me comentou para ter cuidado.

Falou que logo iria chegar um segundo, dois Originais por perto? O mais sábio a fazer era se afastar para longe, quem sabe Brasil ou algo mais frio como américa do norte? Ele se encostou na cadeira e fechou os olhos, naquela pose ele parecia ser um homem comum e atraente... Me perguntava qual era a idade daquele vampiro.

Ele disse que eu não era do tipo de temer a morte, não era bem certo isto, porem não me importava em colocar o meu pescoço em risco se a recompensa fosse boa. Aquilo me interessou, quanto maior o perigo maior a recompensa. Inclinei o corpo para frente, colocando os cotovelos encima da mesa e um sorriso se formou em meus lábios cor de sangue. Ele dizia que poderia me ajudar a matar Leonard, mas porque pensar tão baixo?

― Matar Leonard é um desejo meu, mas é uma meta pessoal... ― Disse pegando um morango e mordendo-o devagar, saboreando a fruta ― Podemos pensar em algo realmente bom para ambos... ― Fato era que nunca tive tanta opção em minhas mãos e pensar pequeno não era comigo.

Ele apreciava a musica, acompanhando-a com os dedos. Falou que Sebastian não era importante, porque era um guardião... Qual seria a força de um guardião? Enquanto me distraia em meus pensamentos idiotas recebi um baque, meu olhos vidraram em Nicolau... Se eu o temia, agora morria de medo dele! Acabei me levantando e parando atrás da minha cadeira em um piscar de olhos, fugir era inútil! Se comporta Sophia!!!

― Um... ― gaguejei ― Volker? ― Aquilo não poderia ser verdade, NÃO! Impossível! Mil e um pensamentos passaram pela minha cabeça, mas me mantive parada ― Então... Está dizendo que três originais estão se reunindo nesta cidade? ― tentei me focar nas informações, entre eu e Caim, possuíam apenas dois vampiros? Nossa! Mas aquilo realmente era interessante, Leonard perto dele, agora parecia uma criança... Um sorriso se desenhou em meus lábios e voltei a mesa, ele abria os olhos, fixos em mim.

Coloquei as mãos encima da mesa, me inclinando olhando para ele ― Já decidi... Como recompensa quero servir ao Senhor... E não mais a Leonard... ― Um pedido simples, que por trás me abririam milhares de portas. 

A oferta de matar o seu criador não pareceu satisfaze-la Nicolau sabia que isso ainda seria pouco, mais a verdade era que ela não tinha muito o que escolher, ele apenas estava dando uma ilusão para e a se prender, assim ela faria com mais a finco os pedidos que ele teria para ela, ela queria algo bom para ambos mais ela não tinha tanto a oferecer, seria apenas um peão.

A revelação que ele era o quarto original, mas ela pareceu compreender de forma errada.

― Não sou um Volker, está tríade é dos meus queridos irmãos,  não faço parte desta idiotice, sou apenas um dos primeiros... ― Respondi  sorrindo para ela.

Ela colocou as mãos sobre a mesma, Nicolau sequer se moveu do seu acento, respondeu a pergunta dela ele suspirou por ter que explicar tudo como uma criança pequena que precisava saber de tudo.

― Disse que outro estará chegando, porém não me coloque no mesmo nível deles! Apenas dois dos três estarão em Amsterdã, eu sou uma coisa um pouco diferente se eles vão se reunir eu não sei, mas sua oferta parece interessante, apesar que você já me serve, mas posso conceder a sua liberdade de vínculo com ele.

O original se levantou se aproximando da vampira, olhando para os lábios vermelhos dela, olhando em seus olhos como se a hipnotizasse segurou seu queixo é disse:

― Você pode não sobreviver, afinal nem sabe quais são meus planos para você e mesmo assim ainda acha que sua recompensa será tão boa assim... ― Terminou baixando o tom de sua voz, deixando seus lábios tocarem nos dela.

A postura de Nicolau mudou completamente, ficou mais sádico o que me lembrava Leonard, talvez seja essa a verdadeira personalidade? Bom, minha recompensa não era problema para ele, na real, nem sequer teria que mover um dedo para isto. Não era servir a ele que eu queria realmente, o que queria era o resto.

Ele disse que não era um Volker e que não era para coloca-lo no mesmo nível deles, realmente, ele era sádico. Aquilo me agradava. Disse que era algo um pouco diferente... O que seriam? Ele disse que eu já servia a ele, bastante dominar ele.

Ele se aproximou de mim, seus olhos me atraiam e certamente eu deveria estar tremendo tal aproximação, mas o perigo sempre me atraiu. Disse que eu poderia não sobreviver, até porque não sabia os planos dele para mim, realmente não sabia ― Então este será um ótimo desafio para mim ― Seus lábios tocaram nos meus, aquilo me surpreendeu. O desejo de agarra-lo e beija-lo era grande, mas me limitei a observado. O que realmente ele queria? 

Após o beijo afastou seus lábios ainda segurando seu queixo, Nicolau sentiu vontade  de provar dos lábios dela e assim o fez, como tudo o que queria ele conseguia, mesmo quando humano a gloria que conquistou em suas batalhas eram reverberado por todos os cantos, como vampiro as lendas se tornaram ainda mais mortais.

Soltando o rosto dela coloco as mãos no bolso de se terno, dando as costas para ela o perfume dela era agradável para um vampiro bastava apenas uma gota de perfume para que o cheiro ficasse marcado, mais que isso seria intolerável.

Voltou a se sentar na mesa, no mesmo instante saindo das sombras Speed apareceu com a mão no peito curvando em respeito.

Falei  olhando para ela.